quinta-feira, setembro 09, 2004

De onde a Chuva Brota...

“Mudanças dos ventos, o cheiro de terra molhada, as nuvens escuras. Chuva. Sim, todos esses são indícios de sua chegada. Há quem gosta dela, que corre enquanto ela cai, rodando e dançando, comemorando sua vinda, ou simplesmente a ignorando. Há outros que não... Que simplesmente se fecham em sua casa, em seu quarto... Esperando com que ela vá embora, e com ela o incômodo.
Cada humano é um eterno ímpar. Cada um será sempre esse um. Talvez com semelhanças entre dois ou mais, mas ainda sim, cada um será um único, um original. E para cada um, um significado diferente para a chuva. Muitas pessoas ligam a chuva à tristeza... O céu escuro, o vento frio, que força uns a procurarem abrigo da água gélida que recai sobre nós. Outras, a ligam com a esperança, o valor do renascimento. O chão que ganha vida, os rios que são alimentados. Vida e beleza para uns, frio e lamentação para outros...
Cada um de nós tem suas próprias tormentas e chuvas. Por vezes, nos vemos isolados um dos outros por imensidões de nuvens negras ameaçadoras. Os lampejos assustadores de fúria, de agonia, e por fim, o vertiginoso mergulhar da fria gota, mistura da tristeza e da lágrima derramada. Porém, nem sempre serão somente turbilhões que atacam nossas mentes, corações e almas. A visão obscura acaba por mergulhar seu possuidor nas sombras. Fim de tudo, da vida, da esperança, da mudança. Então aqui vai meu recado para aqueles que vêem nas nuvens negras da vida o limiar de sua integridade.
As tristezas são tão inevitáveis quanto às chuvas. Todos um dia sentirão ambas, e por diversas vezes. Mas aqui não se retém a essência de nossa existência, nem é nosso destino selado e lacrado. Não... Lembrai que, para cada gota derramada, um tem a sede saciada, uma planta ganha o fluído para que brote mais uma semente, e de cada semente um novo ser, e de cada ser, novas sementes. Lembrai que, para cada nuvem, um jogo de luz diferente é feito, e assim de cada uma vem uma beleza ímpar, como nós. Lembrai que, após cada tormenta e turbilhão de nossa vida, vem a luz, seja o Sol, ou a Lua. Depois da chuva, vem a calmaria, e mesmo que por debaixo das feridas e cicatrizes que são expostas, a Vida ainda se faz e se levanta.
Esperança? Sim. Afinal de contas, do que somos feitos? Seres de esperança. E sim, essa é a visão da qual guardo da vida. Pode ser doloroso, difícil e incômodo, mas até onde vejo, a vida é feita de esperanças, e dos sentimentos que movemos em prol dela, seja a esperança pessoal, seja a de outros. Por maior que sejam as tristezas, as desavenças, as quedas... Por mais que seja sofrida, a Vida ainda está para ser vivida. Porém, nada ainda nos tira o livre arbítrio sobre o ‘até quando ela estará’.
Nessa vida estão as escolhas. Cada um escolhe seu ponto de vista, cada um escolhe seu limite de tristeza ou felicidade. A vida tem sua parte de crenças. A vida é uma amálgama entre ela e as várias outras. Entre a minha, a sua, e a de muitos outros. Aquele que pensa que é apenas um, que não há outro, se engana. A chuva não atinge apenas uma casa, nem apenas um jardim.
Todos nós devemos olhar para os céus que se formam sobre nossas existências, pois é neles que veremos a formação dessa mesma. Somos todos seres, que vivemos uma vida multifacetada, lapidada por nós e outros. De cada céu, brota uma chuva diferente, e cabe a cada um de nós dar o foco a ela, seja de tristeza e solidão, seja de esperança de um céu claro...”

Texto sobre tristeza e esperança... Se vocês acham que o autor tem algo que o incomoda, acertaram... Mas como o texto diz: A vida é de esperanças... Então, até onde eu puder, eu vou...
Comentem sobre o texto... Lembre-se: é criticando que eu vou crescer...