quarta-feira, julho 28, 2004

Gladiadore

Pois é galera... Férias regadas com coisa boa d+... Namorada, amigos, família, e Dicovery Channel...o.O Heheheh!
Bom, inspiração advinda do Filme "Gladiador", estrelando Russel Crowl, e do documentário "Coliseu: A Arena da Morte"... Espero que gostem! Abraços!

“Com certeza você já deve ter ouvido algo sobre nós... Homens de armas, furiosos e mortais, que brandem lâminas e escudos, que repartem e esmagam inimigos apenas para o prazer da multidão e seu imperador. Há bem mais do que luta, metal e sangue na vida de nós, gladiadores... Coisas as quais você pode nunca ter experimentado, mas com certeza entenderá...
Ser um gladiador não é apenas ser alguém capaz de levantar uma espada... Há a necessidade de força, resistência, e determinação... Determinação de ser um vencedor! De ser um sobrevivente na arena... Sabendo que a vida de um homem dentro de uma arena de combate é apenas um fio de seda, todos que escolhem esse caminho o fazem apenas em última situação... E as razões? Simples! Muitos se tornam um de nós por escolha própria: desistiam de sua liberdade, jurando lealdade para o senhor de uma escola de gladiadores, e assim garantindo subsistência, ou o ouro para pagar as suas dívidas ao preço de arriscarem a própria vida. Porém, outros sofrem de mais azar. Esses desafortunados São escravos, sejam por nascimento ou por prisão em guerra ou delito, e são comprados ou simplesmente entregados ao senhor da escola. Sendo assim, uma escola de gladiadores reúne diversos tipos de pessoas, das mais diferentes partes do mundo... Desde os próprios romanos, até celtas, africanos e espanhóis. Para esses, ser um gladiador não é uma questão de escolha própria, pois a questão ou é lutar e se tornar um, ou se tornar novamente um escravo... Ou senão, perder a vida... Seja na arena ou fora dela...
A partir do momento que alguém decide realmente entrar nas arenas e passar a encarar a morte de frente, suas motivações se tornam outras. Pode ser apenas a subsistência, como já dito... Alguns continuam por descrença, pois caindo nesse destino, não conseguem pensar em fazer outra coisa a não ser lutar... Os esperançosos lutam por liberdade... Ah! A tão cobiçada Espada de Madeira, simbolizando o fim da existência daquele que a ganha como gladiador, e também o conferindo a liberdade... Outros, extasiados pelo derramamento de sangue e gritos da multidão, continuam para ganhar fama... Esses últimos sim ganham o ‘renome’ positivo de gladiador, carregando a Folha de Palmeira, simbolizando seu valor e vitória...
As arenas são outro lugar onde se encontram os mais diversos homens do Império... Mendigos, camponeses, e a elite de homens ricos, que se reúnem para o mesmo propósito: a diversão sustentada pela luta. Esses eventos São sempre patrocinados por um homem de posse, e teve em início a intenção de homenagear outros da elite que faleciam. Porém, mais tarde, adquiriu o caráter de diversão ao público, e assim as arenas apresentam o necessário para o entretenimento: banquetes e batalha!
Os de nós que ganham a multidão, e aos patrocinadores, e que antes de tudo, sobrevivem à arena, gozam de tratamento melhor ainda ao que já lhe é oferecido na escola. ‘Como?’ Você pergunta... Bom, lembre-se que os gladiadores de uma escola são, antes de tudo, as fontes de renda do senhor, e sendo assim um gladiador ferido e ma cuidado é apenas um fardo. E ao contrário do que se acredita, a morte era sempre evitada, pois aquele que promove os eventos geralmente paga pelas baixas que uma escola sofre... Porém, as casualidades são inevitáveis, e sempre há um ou outro disposto a pagar o preço por sangue e satisfação própria e da multidão...
Todo gladiador sonha com este lugar pra onde fui trazido hoje...O Coliseu... Aqui, no círculo sagrado de Roma, as lendas são vividas e dramatizadas, e outras nascem a partir dos combates entre os melhores gladiadores de cada escola. Nas arenas do Coliseu, as diversas motivações se embatem, as inúmeras espécies de humanos se colocam no mesmo espaço, sejam lutando lado a lado, seja um contra o outro... E todo esse espetáculo, assistido pelo maior patrocinador, pelo grande Imperador... De posse inimaginável por nós, ele sustenta o desejo por comida e luta de si próprio e da multidão...  No fim de uma batalha, a platéia, unida em um único coro, decide o destino de quem participa do confronto, e o Imperador, com um simples levantar ou abaixar de polegar, faz ação a voz do povo...
Em breve, os portões se abrirão, e dos túneis, sairão mais homens, que repartem comigo o mesmo renome... Conosco, sairão feras, alimentadas com carne humana e treinadas ao combate contra nós, e tudo isso para o êxtase da multidão e seu líder. Para nós, que assiste o banho de sangue, e aguardamos ansiosamente nossa vez, a visão que temos é bem diferente. Não há diversão... Aqui, por um momento, as motivações se tornam uma só... Elas podem ser a Folha de Palmeira, a Espada de Madeira, ou apenas o ouro... Não importa agora... Os portões se abriram, e agora que temos armas na mão, armaduras ao corpo e um elmo colocado, a nossa motivação conjunta é apenas uma: sobreviver...
Sobrevivência... O instinto mais primaz do homem, hoje se torna o alimento da nossa platéia... Daqui alguns sairão vitoriosos, outros não... Mas isso é parte da nossa existência já conhecida... Ouça... Ouviste? É a multidão... Batendo pés e mãos, chamando nosso renome, chamando o que hoje os fará satisfeitos... E nosso dever? É caminhar por esses túneis firmes e de cabeça erguida, rezando por nossa fé e vida, de encontro a um destino que será decidido por nossa espada, e pela própria platéia... Nosso dever é caminhar e entrar na arena como o que somos... Como Gladiadores...”
Tygros - vulgo Victor Luiz